terça-feira, 28 de julho de 2009

Jesus, modelo abandonado.

"Quem deu crédito à nossa pregação? E a quem se manifestou o braço do Senhor? Mas Ele foi ferido pelas nossas transgressões, e moído pelas nossas iniqüidades; O castigo que nos traz a paz estava sobre Ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados”Isaías 53: 1 e 5"

Jesus veio ao mundo para revolucionar os conceitos religiosos e de relacionamento estabelecendo uma nova página na história. Ao examinarmos os Evangelhos veremos com exatidão as formas estabelecidas para que o homem pudesse ter uma relação direta com o Criador. O primeiro aspecto a ser observado é quanto à origem e a VIDA HUMILDE de Jesus e seus familiares, fato que hoje é sequer lembrado pelas lideranças religiosas de nossos dias. Estrebaria, jumento, berço de palha dão a dimensão do sofrimento experimentado por Jesus já nos seus primeiros dias, isto inclui um fuga para o Egito evitando que, por providência Divina, a sua morte não fosse antecipada.

Ele foi TENTADO, mas não cedeu! Recebeu ofertas, irrecusáveis aos olhos humanos, vindas de Satanás, no entanto recusou qualquer tipo de NEGOCIATA com o inimigo. Jesus tratou com extrema clareza sobre temas como oração, milagres, ética, relacionamentos pessoais e como lidar com as armadilhas montadas pelo Diabo ao longo de seu ministério. Escolheu DOZE homens simples, mas de “conduta exemplar” para assessorá-lo na sua caminhada rumo a cruz e sem exibicionismo ou qualquer coisa semelhante ele cumpriu a sua missão. A marca registrada na sua passagem por este mundo foi sem dúvida a HUMILDADE, ele viveu uma vida sem estrelismo, sem propaganda e sem se envolver com as coisas deste mundo. Na cruz, ao afirmar: “…Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem” – Lucas 23:24, ele expressou todo o seu amor e a sua capacidade de perdoar aqueles que o crucificaram.

Mas infelizmente MODELO DE JESUS tornou-se arcaico e ultrapassado para o cristianismo moderno sendo substituído por uma religiosidade mais leve e com um menor grau de pobreza material. A realidade dura é que os homens que fazem a religião andar por empurrões, já que funcionar é difícil, não querem se submeter a um modelo de religião que verdadeiramente expresse aquilo que Jesus fez e ensinou aos seus seguidores. A POBREZA ESPIRITUAL é dominante em todos os lugares em que se reúne para cultuar a Deus, em alguns casos fica até difícil saber se é uma casa de oração ou um local de ESPETÁCULO.

Jesus, ao realizar os seus milagres, jamais prometeu PROSPERIDADE a ninguém, também não se VANGLORIAVA de ter sido usado como instrumento da ação de Deus na vida das pessoas. Para Jesus era imperativo que a religião fosse respeitada e isto está claro quando ele, no templo, chicoteou os que faziam daquele local um mercado livre para venderem seus produtos. Hoje, para a vergonha nossa o que se vê são verdadeiras “FEIRAS LIVRES” dentro de nossos templos onde se vende de tudo, inclusive a HONRA. O Evangelho vive hoje da “PROPAGANDA”, a maioria “ENGANOSA”, pois oferecem coisas que não constam das práticas ensinadas por Jesus nos Evangelhos, algumas são absurdas!

O “MODELO JESUS” foi trocado por modelos modernos, homens que vivem e andam conforme a moda do momento manda, são literalmente dirigidos por uma cultura que valoriza o estereótipo onde não faltam as marcas famosas tanto de roupas como nos outros bens de consumo. O Jesus humilde foi substituído por um ”jesus“ vaidoso, enganador, arrogante, prepotente, orgulhoso, explorador, um “cristo” voltado para a riqueza e para o luxo, tudo apoiado sobre o alicerce da “PROSPERIDADE” prometida por homens, mas que não têm respaldo nas Escrituras. Jesus hoje é um mero expectador nas reuniões solenes, até porque com toda a parafernália inserida no ritual de culto, não sobra espaço para que Ele possa ser lembrado, adorado e reconhecido como o ponto central de qualquer celebração.

JESUS PAGOU PELO SEU MINISTÉRIO COM A PRÓPRIA VIDA, hoje os LÍDERES religiosos, ministros sabe-se lá de que, cobram e caro para pregarem um evangelho distorcido que, via de regra, deixa a VERDADE de lado, abraçando conceitos modernos de se promoverem. O que afirmo é fartamente comprovado diante da concorrência estabelecida entre as diversas correntes religiosas de nosso Brasil. As cifra$ são altas e não param de surgir “EMPREJAS” – Empresas+Igrejas – por toda a parte, a grande maioria de olho no BOLSO e não na ALMA do cidadão. E o MODELO JESUS…

segunda-feira, 27 de julho de 2009

PAZ

Esta palavra hebraica, shalom, vem das raízes sumérica (silim) e acádica (shalamu) e significa estar: são, salvo, intacto ou livre de perigos.

Ao ser utilizada em objetos orgânicos tem o sentido de saudável; na sociedade tem o sentido de estar vivendo em ordem e felicidade. Para os filhos de Israel significava uma harmonia total dentro da sociedade, a qual em razão da ordem dada é impregnada da bênção de Iavé, a qual torna possível o crescimento do homem livre e sem empecilhos em todas as direções da sua vida.

Shalom não é a ausência de guerra, mas a plenitude da existência humana, na fecundidade de todo o ser e na contemplação de Iavé. É o bem-estar dentro de uma sociedade. Demonstra o bem-estar dos filhos de Israel e somente Iavé é quem pode proporcionar este bem-estar na vida deles. Não é a paz proporcionada por qualquer poder que a impõe, como era a pax romana.

A expressão shalom significa que Iavé estabelece sobre os filhos de Israel aquela perfeita harmonia e a felicidade em todas as direções. É seu desejo expresso que todos os filhos de Israel cresçam e desenvolvam bem, estando livres de qualquer tipo de problema.
A paz que a Bíblia fala é cheia e repleta da bênção de Iavé.
por: Felippe Patricio

Evangelho da "Porta da Rua"

Certa vez estava em uma reunião religiosa quando me deparei com uma situação constrangedora, o líder religioso que dirigia essa reunião estava desafiando seus fieis a uma entrega, a uma busca maior por Deus, até que ele chega ao ápice da sua pregação dizendo:

“quem não estiver interessado em buscar mais a Deus, e se entregar, é melhor que não esteja aqui”, e apontando para a porta da Rua continuava ele “A PORTA DA RUA É SEVENTIA DA CASA”.

Não me conformo com isso, e me questiono até que ponto, ou melhor, até quando esse evangelho de pressão vai adiantar?, amedrontar as pessoas ou expulsá-las da “casa de Deus” ira fazer com que um indivíduo se entregue verdadeiramente?

Jesus em sua mensagem ressaltou o amor incondicional sem exclusão, ele amou a todos, ricos, pobres, viúvas, leprosos, prostitutas, pescadores.

Temos que questionar e não fechar os olhos para esse tipo de evangelho, somente através da compreensão da Graça de Deus que iremos nos libertar, só assim viveremos um cristianismo autêntico que manifeste o amor do Pai.

por: Felippe Patricio.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

A vida de Jesus Cristo.

O Novo Testamento conduz-nos ao clímax da oba redentora de Deus, porque nos apresenta o Messias, Jesus Cristo, e nos fala do começo da sua igreja. Os escritos de Mateus, Marcos, Lucas e João falam-nos do ministério de Jesus. Esses escritores foram testemunhas oculares da vida do Mestre, ou registraram o que testemunhas oculares lhes contaram, todavia não escreveram dele uma biografia completa. Tudo quanto registraram, realmente aconteceu, porém concentraram-se no ministério de Jesus, e deixaram aqui e acolá algumas lacunas na história da vida do Divino Mestre. Os homens que escreveram os evangelhos tinham em mira explicar a pessoa e a obra de Jesus, registrando o que ele fez e disse.

E cada autor apresenta uma perspectiva ligeiramente diferente acerca de Jesus e de suas obras. Os autores dos Evangelhos não tentaram relatar todos os eventos da meninice de Jesus, porque não era esse o motivo de escreverem. Não procuraram dar-nos, tampouco, registro da vida cotidiana. Eles se ativeram ao que é pertinente à salvação e ao discipulado.

O NT é a única fonte de informação substancial do primeiro século que temos a respeito da vida de Jesus. A literatura judaica ou romana daquele tempo quase não o menciona. Flávio Josefo, historiador judeu do primeiro século, escreveu um livro sobre a história do judaísmo, procurando mostrar aos romanos e gregos que essa religião não se distanciava muito do estilo de vida deles. Disse ele: “Ora, havia por esse tempo Jesus, um homem sábio, se for legítimo chamá-lo de homem, pois ele era um operador de obras maravilhosas, um mestre de quem os homens recebem a verdade com prazer. Atraiu para si muitos dos judeus e muitos dos gentios, ele era [o] Cristo. E quando Pilatos, por sugestão dos principais homens entre nós, condenou-o à cruz, os que o amavam a princípio não o abandonaram; pois ele apareceu-lhes vivo de novo no terceiro dia; conforme haviam predito os profetas divinos essas e dez mil outras coisas maravilhosas concernentes a ele. E o grupo de cristão assim chamado em virtude de seu nome, não se extinguiu até hoje.” ( Flavius Josephus, Antiquities of the Jews, Livro XVIII, cap. iii, Sec 3.)

Os judeus dos dias de Jesus viviam na expectativa de grandes acontecimentos. Os romanos os oprimiam, mas eles estavam seguramente convictos de que o Messias viria em breve. Os variados grupos retratavam diferentemente o Messias, mas seria difícil, naquele tempo, encontrar um judeu que vivesse sem alguma forma de esperança. Alguns tinham a verdadeira fé e aguardavam ansiosos a vinda de um Messias que seria seu Salvador espiritual.

Por volta do ano 6 aC, o sacerdote Zacarias oficiava no templo em Jerusalém. Queimava incenso no altar durante a oração vespertina quando lhe apareceu um anjo anunciando para breve o nascimento do primeiro descendente do sacerdote, um menino. Esse filho prepararia o caminho para o Messias; o espírito e o poder de Elias repousariam sobre ele (Lc3.3-6). Seus pais deviam chamar-lhe João. Zacarias era um homem verdadeiramente piedoso, mas foi difícil crer no que ouvira; como conseqüência, ficou mudo até que Isabel (sua esposa) deu à luz. Nasceu o filho, foi circuncidado, e recebeu o nome segundo as instruções de Deus. Depois disso Zacarias readquiriu a voz e louvor ao Senhor.

Três meses antes do nascimento de João, o mesmo anjo (Gabriel) apareceu a Maria. Esta jovem era noiva de José, carpinteiro descendente de Davi (Is 11.1). O anjo disse a Maria que ela conceberia um filho por obra do ES, e que ela daria ao menino o nome de Jesus (Lc 1.32-35; Mt 1.21). Ela aceitou a mensagem com grande mansidão, contente por estar vivendo na vontade de Deus (Lc 1.38).

Gabriel também lhe disse que sua prima Isabel estava grávida, e Maria apressou-se a partilhar o júbilo mútuo. Ao encontrarem-se, Isabel saudou a Maria como a mãe de seu Senhor (Lc 1.39-45). Maria irrompeu num cântico de louvor (Lc 1.46-56), ela ficou três meses com Isabel.José, o marido prometido a Maria, ficou totalmente chocado com o que parecia ser fruto de um terrível pecado (Mt 1.19) e resolveu abandoná-la secretamente. Então, em sonho, um anjo lhe explicou a situação, e instruiu-o a casar-se com Maria, sua pretendida esposa, como planejado. Herodes o Grande reinava na Judéia quando Jesus nasceu (Mt 2.1). Em suasAntigüidades, Josefo escreve que houve um eclipse da lua pouco antes da morte de Herodes (Livro XVII, cap xiii, Séc. 2). Esse eclipse poderia ser qualquer um dos três ocorridos nos anos de 5 e 4 aC; mas provável alternativa é 12 de março de 4 aC. Além do mais, o historiador judeu declara que o rei morreu pouco antes da Páscoa (Livro XVII, cap vi, Séc. 4) e a Páscoa ocorreu no dia 11 de abril do ano 4 aC. Assim, devemos concluir que Herodes morreu nos primeiros dias de Abril deste ano.Os magos do Oriente vieram adorar o Messias de Deus, mas uma vez que voltaram sem dar informação alguma a Herodes, ele mandou que seus soldados matassem todos os meninos de Belém de dois anos para baixo (Mt 2.16). Isto quer dizer que Jesus nasceu no ano 6 ou 5 aC, e foi levado para o Egito no ano 4 aC.

Não sabemos com exatidão em que mês e dia Jesus nasceu. A data 25 de dezembro não é muito provável. A igreja de Roma escolheu esse dia para celebrar o nascimento de Cristo, já no segundo ou terceiro século, a fim de obscurecer um dia santo de origem pagã, comemorado tradicionalmente neste dia. Anteriormente, a igreja Ortodoxa Oriental decidira honrar o nascimento de Cristo no dia 6 de janeiro, a epifania. Mas por estabelecer a data no inverno? As probabilidades de que os pastores cuidassem de seus rebanhos à noite, nas colinas, são mínimas. É mais provável que Jesus tenha nascido no outono ou na primavera.

Conhecemos cinco eventos da infância de Jesus, são eles:1) Circuncisão – De acordo com a lei judaica, ele foi circuncidado ao oitavo dia e recebeu o nome de Jesus (Lc 2.21).2) Apresentado no templo – Ele foi apresentado no templo para selar a circuncisão e também foi “redimido” pelo pagamento dos cinco ciclos. Para efeito de sua purificação, Maria fez a oferta dos pobres (Lv 12.8; Lc 2.24).3) Visita dos Magos – Um grupo de “sábios” apareceu em Jerusalém, inquirindo acerca do nascimento de um “rei dos judeus”. (Mt 2.2).4) Fuga para o Egito – Deus disse a José que fugisse para o Egito com toda a família. Após a morte de Herodes, José voltou, e fixou residência em Nazaré.5) Visita ao Templo – Quando tinha aproximadamente 12 anos (Lc 2.41-52) foi com os pais ao templo em Jerusalém e oferecer sacrifício. Enquanto estava ali, Jesus conversou com os dirigentes religiosos sobre a fé judaica. Ele revelou extraordinária compreensão do verdadeiro Deus, e suas respostas deixaram-nos admirados. Mais tarde, de volta para casa, os pais de Jesus notaram a sua ausência. Encontraram-no no templo, ainda conversando com os especialistas judaicos.

A Bíblia cala-se até ao ponto em que nos apresenta os acontecimentos que deram início ao ministério de Jesus, tendo ele cerca de trinta anos. Primeiro vemos João Batista deixando o deserto e pregando nas cidades ao longo do rio Jordão, instando com o povo a que se preparasse para receber o Messias (Lc 3.3-9). João nasceu no seio de uma família piedosa e cresceu para amar e servir fielmente a Deus. Deus falava por meio de João, e multidões acudiam para ouvi-lo pregar. Dizia-lhes que se voltassem para Deus e começassem a obedecer-lhe. Ao ver Jesus, ele anunciou que este homem era o “…Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). João batizou a Jesus; e ao sair Jesus das águas, Deus enviou o Espírito Santo em forma de pomba, que pousou sobre ele.

O ES guiou Jesus ao deserto, e aí ele permaneceu sem alimentar-se durante quarenta dias. Enquanto ele se encontrava nessa situação de enfraquecimento, o diabo veio e procurou tentá-lo de vários modos. Jesus recusou as propostas do diabo e ordenou que ele se retirasse. Então vieram anjos que o alimentaram e confortaram.A princípio Jesus tinha a estima do povo. Na região do mar da Galiléia ele foi a uma festa de casamento e transformou água em vinho. este foi o primeiro de seus milagres que a Bíblia menciona. Este milagre, da mesma forma que os últimos, demonstrou que ele era verdadeiramente Deus. Da Galiléia ele foi para Jerusalém onde expulsou do templo um grupo de religiosos vendedores ambulantes. Pela primeira vez ele asseverou de público sua autoridade sobre a vida religiosa do povo, o que fez que muitos dirigentes religiosos se voltasse contra ele.Um desses dirigentes, Nicodemos, viu que Jesus ensinava a verdade acerca de Deus. Certa noite ele foi ter com Jesus e lhe perguntou como poderia entrar no reino de Deus, que é o reino de redenção e salvação. (Jo 3.3)Quando João Batista começou a pregar e atrair grandes multidões na Judéia, Jesus voltou para a Galiléia. Aí ele operou muitos milagres e grandes multidões o cercavam. Infelizmente, as multidões estavam mais interessadas nos seus milagres do que nos seus ensinos.Não obstante, Jesus continuou ensinando. Ele entrava nos lares, participava das festas públicas, e adorava com os outros judeus em suas sinagogas. Denunciou os dirigentes religiosos do seu tempo porque exibiam uma fé hipócrita. Ele não rejeitou a religião formal deles; pelo contrário, Jesus respeitava o templo e a adoração que aí se prestava (Mt 5.17-18). Mas os fariseus e outros dirigentes não viram nele o Messias e não cuidaram de ser salvos do pecado. Além do mais, não satisfeitos com o que Deus lhes revelara no AT, continuaram fazendo-lhe acréscimos e revisando-o. Acreditavam que sua versão das Escrituras, examinada nos seus mínimos detalhes, dava-lhes a única religião verdadeira. Jesus chamou-os de volta às primitivas palavras de Deus. Ele era cuidadoso na sua forma de citar as Escrituras, e incitava seus seguidores a entendê-las melhor. Ensinava que o conhecimento básico das Escrituras mostraria que a vontade de Deus era que as pessoas fosse salvas mediante a fé nele.Perto da Galiléia, Jesus operou seu mais surpreendente milagre até então. Tomou sete pães e dois peixes, abençoou-os e partiu-os em pedaços suficientes para alimentar quatro mil pessoas! Mas este milagre não atraiu mais gente à fé em Jesus; na verdade, as pessoas se retiraram porque não podiam imaginar por que e como ele queria que elas “comessem” seu corpo e “bebessem” seu sangue ( Jo 6.52-66).Os doze discípulos, porém, permaneceram fiéis, e ele começou a concentrar seus esforços em prepará-los. Cada vez mais ensinava-lhes acerca de sua futura morte e ressurreição, explicando-lhes que eles também sofreriam a morte se continuassem a segui-lo.

Esta atitude de Jesus o leva ao fim da sua vida na terra. Judas Iscariotes, um dos doze, traiu-o, entregando-o aos líderes de Jerusalém, que lhe eram hostis, e eles pregaram Jesus numa cruz de madeira entre criminosos comuns. Mas ele ressuscitou e apareceu a muitos de seus seguidores, exatamente como havia prometido, e deu instruções finais aos seus discípulos mais íntimos. Enquanto o observavam subir ao céu, apareceu um anjo e disse que eles os veriam voltar do mesmo modo. Em outras palavras, ele voltaria de modo visível e em seu corpo físico.

Fonte: O Mundo do Novo Testamento – Editora Vida

UMA IGREJA FERVOROSA, MAS NÃO ESPIRITUAL.

Fervor, animação, gritos, barulho, histeria e alguns “fenômenos esquisitos”, nunca foram sinônimo da verdadeira espiritualidade, muito embora os mais vulneráveis e valorizadores destas manifestações externas pensem e preguem diferente.

Dê “um glória”, “fala em línguas”, “abre a tua boca”, “tira o pé do chão”, “desmancha essa cara de delegado” e outros termos, tornaram-se chavões de pregadores animadores de auditório, distorcendo o verdadeiro sentido e propósitos destas expressões.

A coisa tomou uma proporção tão grande, que até nos dias atuais, em muito cultos, tem pessoas que constrangidas pelo que se convencionou ser um “crente espiritual”, para se adaptar aos padrões estabelecidos, negam a sua própria personalidade e individualidade.

Não há nada de errado com a maioria destas expressões e com um comportamento eufórico. O errado está nos abusos, nos excessos, nas equivocadas motivações e na contradição entre a conduta no culto e a vida privada (e até pública).

Existem crentes, que na mesma proporção que falam em línguas, maltratam a mulher, o marido, os filhos e os pais. São caloteiros, presunçosos, arrogantes, fofoqueiros, semeadores de contenda,mentirosos, facciosos, infiéis, empregados enganadores, patrões exploradores, etc.

Definitivamente, fervor não é sinônimo de espiritualidade. Por vezes, muito barulho e animação é uma tentativa consciente ou não, de esconder a realidade. Não adianta fazer “avinhaõzinho” ou “trenzinho”, “marchar”, dá “tiro”, “rolar no chão”, “cair no espírito”, “chiar”, “uivar”, “urrar”, pois estas coisas não provam nada, a não ser, em muitos casos, o desequilíbrio emocional e até mental, e na melhor das hipóteses, pura “meninice”. Neste último caso, é preciso ter sabedoria para não matar os “meninos”. Eles precisam ser orientados com amor e paciência, para poderem alcançar a maturidade.

Por outro lado, ser maduro não é ser frio, indiferente, azedo, amargo, insensível. Ser espiritual e maduro não nos impede de glorificar a Deus, de buscar e permitir que o Espírito manifeste em nós os seus dons. Como espirituais nos alegramos, rimos e choramos na presença do Senhor!
Poder de Deus é poder que realiza, que faz, que se importa, que ama, que prega, que socorre, e não meras demonstrações sensacionalistas e puramente emotivas.

Não é pela quantidade ou intensidade das manifestações dos dons espirituais (ou supostas manifestações), que se conhece a verdadeira espiritualidade de um cristão, mas sim por suas obras, pelo fruto do Espírito em sua vida;

“Se alguém supõe ser religioso, deixando de refrear a língua, antes, enganando o próprio coração, a sua religião é vã. "A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo.” (Tg 1.26-17)

“Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei.” (Gl 5.22-23)

QUANTIDADE E QUALIDADE NA IGREJA

Vivemos numa época onde a mania de grandeza invadiu a igreja. Ser pastor de mega igreja dá um status diferenciado, mesmo que o referido pastor não conheça, nem cuide das ovelhas lhe confiadas. Muitos irmãos vão na mesma direção. Batem no peito e se orgulham de congregarem numa “catedral”, considerando os irmãos das pequenas igrejas como crentes de um nível sócio espiritual mais baixo.

Quantidade não é sinônimo de qualidade. Contemplamos o ressurgimento da mentalidade constantiniana e medieval .

Muitos se entusiasmam mais pelo crescimento quantitativo, do que pelo qualitativo. Não me empolgo quando a mídia fala de crescimento dos evangélicos, ou de alguma igreja específica. No Brasil, ser ou declarar-se evangélico tornou-se algo banal. Virou moda. A grande questão não é se alguém é evangélico ou não, mas, se já nasceu de novo e vive em santidade diante de Deus, buscando dia a dia conhecer e fazer a sua vontade.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

A PORTA DO LADO

Simples de entender mais difícil de fazer.
Pense e mude sua vida!
A PORTA DO LADO

Por Dráuzio Varella

Em entrevista dada pelo médico Drauzio Varella, disse ele que a gente tem um nível de exigência absurdo em relação à vida, que queremos que absolutamente tudo dê certo, e que, às vezes, por aborrecimentos mínimos, somos capazes de passar um dia inteiro de cara amarrada. E aí ele deu um exemplo trivial, que acontece todo dia na vida da gente... É quando um vizinho estaciona o carro muito encostado ao seu na garagem (ou pode ser na vaga do estacionamento do shopping). Em vez de simplesmente entrar pela outra porta, sair com o carro e tratar da sua vida, você bufa, pragueja, esperneia e estraga o que resta do seu dia. Eu acho que esta história de dois carros alinhados, impedindo a abertura da porta do motorista, é um bom exemplo do que torna a vida de algumas pessoas melhor, e de outras, pior. Tem gente que tem a vida muito parecida com a de seus amigos, mas não entende por que eles parecem ser tão mais felizes. Será que nada dá errado pra eles? Dá aos montes. Só que, para eles, entrar pela porta do lado, uma vez ou outra, não faz a menor diferença. O que não falta neste mundo é gente que se acha o último biscoito do pacote. Que "audácia" contrariá-los! São aqueles que nunca ouviram falar em saídas de emergência: fincam o pé, compram briga e não deixam barato. Alguém aí falou em complexo de perseguição? Justamente.O mundo versus eles. Eu entro muito pela outra porta, e às vezes saio por ela também. É incômodo, tem um freio de mão no meio do caminho, mas é um problema solúvel. E como esse, a maioria dos nossos problemões podem ser resolvidos assim, rapidinho. Basta um telefonema, um e-mail, um pedido de desculpas, um deixar barato. Eu ando deixando de graça... Pra ser sincero, vinte e quatro horas têm sido pouco prá tudo o que eu tenho que fazer, então não vou perder ainda mais tempo ficando mal-humorado. Se eu procurar, vou encontrar dezenas de situações irritantes e gente idem; pilhas de pessoas que vão atrasar meu dia. Então eu uso a "porta do lado" e vou tratar do que é importante de fato. Eis a chave do mistério, a fórmula da felicidade, o elixir do bom humor, a razão por que parece que tão pouca coisa na vida dos outros dá errado." Quando os desacertos da vida ameaçarem o seu bom humor, não estrague o seu dia... Use a porta do lado e mantenha a sua harmonia. Lembre-se, o humor é contagiante - para o bem e para o mal - portanto, sorria, e contagie todos ao seu redor com a sua alegria.A "Porta do lado" pode ser uma boa entrada ou uma boa saída...
Experimente!!!!

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Evangelhos: 3º Lucas

Lucas
O evangelho de Lucas é considerado o mais belo de todos os quatros, isto porque seu vocabulário é amplo, a gramática e a qualidade de estilo são excelentes. Também contém: momentos de alegria, ação de graças, ênfase às mulheres e ao Espírito Santo e as imortais parábolas do filho pródigo e do bom samaritano.

Autoria

Acredita-se que o autor deste evangelho é o mesmo do livro de Atos, por causa de serem dirigidos a Teófilo1 e de em Atos fazer referência a um volume anterior sobre a obra de Cristo (Lc 1.1-4; At 1.1); sem contar que um completa o outro, pois em Lucas é narrado o que Jesus fez, ensinou e os princípios para uma igreja e em Atos é narrado o desenvolvimento destes ensinamentos, a missão e a expansão desta igreja.
Provavelmente o autor tenha sido Lucas, o companheiro de Paulo (II Tm 4.11) e médico amado (Cl 4.14). Apesar de, no prefácio de Lucas e de Atos o escritor referenciar-se, mostrar o seu propósito e a metodologia das narrativas, ele não diz o seu nome.
É o único evangelho que apresenta a maior quantidade de informações sobre o seu próprio início. No prefácio é possível notar que havia na época muitas outras obras a respeito de Jesus, mas que não eram muito convincentes ou detalhadas e por isso o autor achou que poderia escrever algo mais detalhado, mais ordenado e de mais valor em relação ao que já havia. O autor teve acesso aos testemunhos e escritos sobre Jesus Cristo e por isso investigou-os bem. Percebe-se isto nos relatos particulares a respeito da vida de Jesus que só este evangelho contém.
No Fragmento Muratoriano da igreja de Roma, século II d.C., Irineu, Tertuliano, Orígenes e Eusébio citam Lucas como o autor do evangelho e do livro de Atos. Eusébio escreveu:
"Lucas, por raça um nativo de Antioquia e por profissão médico, tendo-se associado principalmente com Paulo e tendo acompanhado o restante dos apóstolos menos de perto, deixou-nos exemplos da cura de almas, os quais adquiriu deles, em dois livros inspirados, o Evangelho e Atos dos Apóstolos".
Paulo faz referência a Lucas em suas cartas e isto ajuda a verificar se ele foi o autor desses livros ao comparar os conteúdos. Através do vocabulário, da gramática e do estilo nota-se que é alguém que tinha como língua materna o grego e utiliza um estilo grego da mais alta qualidade. Algumas passagens mostram a origem não palestiniana do autor. O nome Lucas2 é de origem grega mas poderia ser também um judeu-helenista.
William K. Hobart, em seu livro, The Medical Language of Saint Luke, após comparar os vocabulários de Lucas e Atos com Hipócrates, Galênio, Dicórides e Areteu (todos médicos do mundo antigo) concluiu que estes livros só poderiam ter sido escrito por um médico, por ser apurado e técnico.
O autor do evangelho demonstra um certo conhecimento ou interesse pela medicina em algumas passagens como em 4.38; 5.18,31; 7.10; 8.443; 21.34; e também no livro de Atos 5.5,10; 9.40, isto porque descreve as doenças e curas efetuadas por Jesus. Para entender melhor eis um exemplo: Lucas 18.25 refere-se a uma agulha de cirurgião belóne4, enquanto que em Mateus 19.24 e Marcos 10.25 referem-se a uma de coser raphis5; e em 8.43 é omitido uma certa acusação aos médicos que consta em Marcos 5.26.
Em Atos 16.10-17; 20.5-15; 21.1-18; 27.1-28.16; a utilização do pronome na 1a pessoa do plural (nós) indica que o autor foi companheiro de Paulo e igualmente, uma testemunha ocular daqueles acontecimentos em várias ocasiões.
Lucas não é citado por Paulo nas cartas a Corinto e a Éfeso e também não esteve lá. Chega-se então à conclusão que o companheiro de Paulo em Atos é realmente Lucas e isto é feito através de um processo de eliminação dos seus companheiros, porque todos os demais (Epafras, Epafrodito, Timóteo, Tíquico, Aristarco, Marcos, João o justo e Demas) o abandonaram.
A teologia paulina também é encontrada nos escritos de Lucas e Atos, sem contar, que existe mais de 100 palavras de Paulo que são encontradas somente em Lucas e Atos. Como Lucas esteve com Paulo por longo tempo, acredita-se que foi influenciado por ele.

Local e Data

Ao levar em conta que Lucas e Atos são frutos do mesmo autor e que o evangelho teve como base ou fonte o evangelho de Marcos, sabe-se que ele tem que ser datado após o ano 60 d.C.
Há uma teoria que acredita que o evangelho foi escrito por volta de 64 d.C., porque nada é citado sobre a morte de Paulo e nem sobre a perseguição imposta por Nero; outra acredita que conforme certos materiais contidos no evangelho só são bem explicados à luz dos últimos anos da guerra judaico-romana (66-70 d.C.), por isso é necessário datá-lo por volta de 70 d.C. (entre as épocas da perseguição sob o domínio de Nero até Domiciano).
Pode-se aceitar que tenha sido escrito antes de Atos e depois do desenvolvimento do cristianismo. Alguns acreditam que como o livro de Atos não menciona as outras duas prisões de Paulo com mais detalhes, mas apenas a primeira, o evangelho foi escrito antes disso. Entretanto uma coisa é certa, muitos escreveram ou tentaram escrever sobre Cristo, conforme é narrado em Lucas 1.1-4. Alguns utilizam o texto de 21.20,21 para dizer que foi escrito após o ano 70 d.C., ou até mesmo, próximo a destruição do Templo.
O local provavelmente teria sido em Acaia, na Antioquia da Síria, mas é melhor afirmar que foi escrito fora da Palestina, no meio de um mundo helenístico e por alguém que estava entre os gentios.

Propósito e Mensagem

O evangelho de Lucas narra a história de Jesus (vida, ministério, morte e ressurreição) como algo cumprido no tempo. No início do evangelho encontra-se vários porquês de sua escrita:
Certeza dos fatos históricos: foi escrito para que Teófilo verificasse a solidez dos ensinamentos que havia recebido (1.4); para mostrar que não era algo especulativo ou inventado, mas que era realmente um fato ocorrido, uma história, pois havia testemunhas oculares. Por isso foi escrito o que se cumpriu entre eles e conforme eles receberam de informações desde o início, dessas testemunhas e dos ministros da Palavra;
Modo ordenado: não significa uma ordem cronológica, mas uma ordem que fizesse com que Teófilo entendesse toda a história, tudo o que aconteceu e acreditasse que era verdade. Isto significa que o autor pesquisou bastante fez uma "investigação de tudo desde o início" a fim de escrever uma narrativa bem lógica, planejada e estruturada;
Judaico-cristão: nota-se que Lucas e Atos relatam que há um problema teológico, ideológico, de exclusividade e imparcialidade que separavam o judaísmo e o cristianismo. Por isso sempre mostram uma possível comunhão entre ambos, já que o cristianismo nasceu do judaísmo e estava tornando-se universal.
A narrativa do nascimento e da infância de Jesus é feita para mostrar que o cristianismo nasceu do meio judaico e que Jesus é o Messias esperado pelos judeus e anunciado pelos profetas. Mostra também que: ele foi criado de acordo com a piedade judaica, circuncidado aos 8 dias após o nascimento (2.21), apresentado no Templo (2.22-24), reconhecido por duas autoridades do judaísmo ortodoxo da época (o justo Simão e a profetisa Ana) quanto à sua natureza (2.25-38), obediente à Lei do Senhor, que gostava de estar no Templo (2.39-50) e, finalmente, que honrava pai e mãe sendo-lhes submisso (2.51,52), tudo conforme a Lei.
É relatada a universalidade do seu ministério e do propósito de salvação divino através dos relatos de sua pregação e ensinamentos nas sinagogas para todos (4.14-30). Mostra que os judeus não o aceitaram e o expulsaram da sinagoga e do Templo (4.28,29; 19.41-48; 23.1,2), por causa do egoísmo por parte dos judeus.
Relata que o cristianismo não é nenhuma ameaça política à autoridade governamental romana e que por eles foi considerado inocente (20.20-26; 23.4,18-23). O ícone do judaísmo, João Batista, foi o seu precursor e confirmou a profecia de Isaías 40.3-5. É narrado uma exortação feita por João Batista aos judeus, que trabalhavam para os romanos, para não serem injustos mas justos e íntegros na sua profissão, sem faltar com a lealdade ao Estado (3.12-14; 19.1-10).
Apresenta o Reino de Deus como sendo um reino transcendente, espiritual e que por isso não constitui nenhuma ameaça ao império romano. Mostra que a morte de João é uma questão ética e moral, mais judaica do que política (3.19,20). Mostra que o problema com Herodes e Jerusalém é religioso e não político (13.31-35) e também que os judeus deveriam estar sujeitos às autoridades romanas, por isso cita o pagamento do tributo a César.
Na acusação do Sinédrio contra Jesus fica bem claro que ele é assassinado pela questão religiosa, de intriga, egoísmo e exclusividade dos judeus e inocenta totalmente os romanos (23).
Lucas apenas quer mostrar que o cristianismo é puramente fruto do judaísmo, que os líderes judeus não entendiam as Escrituras e por isso agiam de forma errônea. Apresenta o AT como sendo cumprido pelo cristianismo e mostra que os judeus são os causadores das confusões. Sempre isenta os romanos e mostra que não há intriga entre eles, apenas o devido respeito.
Parousia (presença, aparição): o autor narra a respeito de um dos maiores problemas enfrentados pelos cristãos, que era a demora da volta de Jesus Cristo. Já que muitos estavam duvidando de que voltaria, conforme II Pedro 3.4, por isso escreve fazendo uma interpretação acerca das palavras de Jesus sobre a consumação. Tenta mostrar desta forma, que do mesmo modo que o Messias havia demorado para os antigos, também aconteceria com eles, mas ocorreria no tempo certo. Isso motiva a esperança na vinda do Reino de Deus e ainda destaca que este Reino é uma realidade a ser vivida (práxis) no ministério de cada um, ou melhor, na vida de cada um, como foi com Jesus Cristo.
As narrativas encontradas no evangelho mostram Jesus como sendo um membro da humanidade. Mostram que Jesus era humano como qualquer um e que por isso participava da história de forma normal e comum, chegando até a ser tentado. As parábolas mostram que o cristianismo é uma práxis para com a comunidade em geral.

Um evangelho voltado para o social

Cristo é visto como sendo um verdadeiro cosmopolita e é apresentado desta forma neste evangelho. Pode-se dizer que é um evangelho universal-gentílico, isto é, Jesus também veio para os gentios 2.29-32. O universalismo apresentado ultrapassa os limites judaicos e é social.
O evangelho de Lucas atinge as classes menosprezadas 14.12,13 e é a boa nova de salvação às suas necessidades. A palavra salvador6 só aparece neste evangelho (1.47-2.11) como também o substantivo salvação7 e o adjetivo salvo8 (7.50). Entretanto esta salvação é para todos, mostrando assim, que o cristianismo é uma religião universal que abrange a todas as classes e estas são encontradas neste evangelho: soldados e publicanos 3.7-14, escravo 7.1-10, samaritano 10.29-37, rico 12.13-21 e o pobre 16.19-31, mordomo 16.1-13, leprosos 17.11-19, nobre 18.1-8, fariseu e publicano 18.9-14, publicano 19.1-10, viúvas 21.1-4, criminoso na cruz 23.39-43 e etc.
Há muitas passagens que narram um interesse pelas questões da vida diária das pessoas, principalmente os excluídos da responsabilidade social e religiosa. No capítulo 15 é dado muita ênfase ao valor do indivíduo em contraste com o tratamento que os judeus tinham e davam aos gentios, significando que todos tinham direito ao Reino de Deus.
As mulheres têm o seu valor resgatado através de uma exposição simpática da sua importância dada por Jesus: Maria, Isabel mãe de João 1.5,6,39-47, Ana a profetisa 2.36-38, Marta e Maria, a viúva de Naim, a mulher pecadora, a mulher samaritana; mulher imoral 7.36-50; mulheres que viajavam com os discípulos 8.2,3; que choraram a morte de Jesus 23.27,28; que estiveram presentes na cruz e no túmulo 23.55,56; 24.1-11 e as crianças também têm o seu devido valor.
É dado muita ênfase ao Espírito Santo e à sua atuação na vida dos cristãos, mostrando também como agia e o seu ministério. Outra ênfase dada é em relação às orações feitas por Jesus (3.21; 5.15,16; 6.12; 9.18-21,28-36; 10.21; 11.1-4; 18.1-14; 22.31,32,39-46; 23.34,46;) onde mostra que a oração é propriedade e privilégio do cristão, que pode ser feita em qualquer lugar e a todo instante.
Mostra que o cristianismo é de muita alegria e, conseqüentemente, louvores a Deus. Há as poesias musicais, como: Magnificat de Maria 1.46-55, Benedictus 1.67-79, Glória in Excelsis 2.14 e Nunc Dimittis 2.28-32, mostrando que o cristianismo é uma religião de louvor e júbilo.

Resumo dos livros da Bíblia

GÊNESIS:Este livro, que mostra como era “no princípio”, faz uma narrativa da criação, da relação de Deus com o homem e da promessa de Deus a Abraão e seus descendentes.
ÊXODO:O nome Êxodo significa “saída”. Este livro conta como Deus livrou os israelitas de uma vida de penúrias e escravidão no Egito. Deus fez um pacto com eles e lhes deu leis para ordenar e governar sua vida.
LEVÌTICO:O nome do livro se deriva do nome de uma das doze tribos de Israel. O livro registra todas as leis e regulamentos a respeito de rituais e cerimônias.
NÚMEROS:Os israelitas vagaram pelo deserto durante quarenta anos, antes de entrar em Canaã, “a terra prometida”. O nome do livro se deriva dos censos promovidos durante esse tempo no deserto.
DEUTERONÔMIO:Moisés pronunciou três discursos de despedida pouco antes de morrer. Neles recapitulou, com o povo, todas as leis de Deus para os israelitas. O nome do livro expressa essa “recapitulação” ou “segunda lei”.
JOSUÉ:Josué foi o líder dos exércitos israelitas em suas vitórias sobre seus inimigos, os cananeus. O livro termina descrevendo a divisão da terra entre as doze tribos de Israel.
JUÌZES:Os israelitas constantemente desobedeciam a Deus e caíam nas mãos de países opressores. Deus constituiu juízes para livrá-los da opressão.
RUTE:O amor e a dedicação de Rute à sua sogra, Noemi, são o tema deste livro.
1SAMUEL:Samuel foi o líder de Israel no período compreendido entre os Juízes e Saul, o primeiro rei. Quando a liderança de Saul falhou, Samuel ungiu a Davi como rei
.2SAMUEL:Sob o reinado de Davi, a nação se unificou e se fortaleceu. No entanto, depois dos pecados de Davi, adultério e assassinato, tanto a nação como a família do rei sofreram muito.
1REIS:Este livro inicia com o reinado de Salomão em Israel. Depois de sua morte, o reino se dividiu em conseqüência da guerra civil entre o Norte e o Sul, resultando no surgimento de duas nações: Israel no Norte e Judá no Sul.
2REIS:Israel foi conquistada pela Assíria em 721 a.C. Judá, pela Babilônia, em 586 a.C. Estes acontecimentos foram considerados como um castigo ao povo pela desobediência às leis de Deus.
1CRÔNICAS:Este livro inicia com as genealogias de Adão até Davi e, em seguida, conta os acontecimentos do reinado de Davi.
2CRÔNICAS:Este livro abrange o mesmo período que 2Reis, mas com ênfase em Judá, o reino do Sul, e seus governantes.
ESDRAS:Depois de estar cativo na Babilônia por algumas décadas, o povo de Deus retornou a Jerusalém. Um de seus líderes era Esdras. Este livro contém a admoestação que Esdras fez ao povo para que este seguisse e honrasse a lei de Deus.
NEEMIAS:Depois do templo, também foi reconstruída a muralha de Jerusalém. Neemias foi quem dirigiu esse empreendimento. Ele também colaborou com Esdras para restaurar o fervor religioso do povo.
ESTER:Este livro relata a história de uma rainha judia da Pérsia, que denunciou um complô que visava destruir seus compatriotas. Com isso ela evitou que todos fossem aniquilados.
JÓ:A pergunta “Por que sofrem os inocentes?” é tratada nesta história bíblica.
SALMOS:Estas 150 orações foram usadas pelos hebreus para expressar sua relação com Deus. Abrangem todo o campo das emoções humanas, desde a alegria até o ódio, da esperança ao desespero.PROVÉRBIOS:Este é um livro de máximas de sabedoria, de ensinamentos éticos e de senso comum acerca de como viver uma vida reta.
ECLESIASTES:Na sua busca por felicidade e pelo sentido da vida, este escritor, conhecido como “filósofo” ou “pregador”, faz perguntas que continuam presentes na sociedade contemporânea.
CANTARES DE SALOMÃO:Este poema descreve o gozo e o êxtase do amor. Simbolicamente tem sido aplicado ao amor de Deus por Israel e ao amor de Cristo pela Igreja.
ISAíAS:O profeta Isaías trouxe a mensagem do juízo de Deus às nações, anunciou um rei futuro, à semelhança de Davi, e prometeu uma era de paz e tranqüilidade.
JEREMIAS:Muito antes da destruição de Judá pela Babilônia, Jeremias predisse o justo juízo de Deus. Embora sua mensagem seja majoritariamente de destruição, Jeremias também falou do novo pacto com Deus.
LAMENTAÇÕES DE JEREMIAS:Tal qual Jeremias havia predito, Jerusalém caiu cativa da Babilônia. Este livro registra cinco “lamentos” pela cidade caída.
EZEQUIEL:A mensagem de Ezequiel foi dada aos judeus cativos na Babilônia. Ezequiel usou histórias e parábolas para falar do juízo, da esperança e da restauração de Israel.
DANIEL:Daniel se manteve fiel a Deus, mesmo enfrentando muitas pressões quando cativo na Babilônia. Este livro inclui as visões proféticas de Daniel.
OSÉIAIS: Oséias se vale de sua experiência conjugal, em que ele era dedicado à sua esposa, mesmo sabendo que ela lhe era infiel, para ilustrar o adultério que Israel tinha cometido contra Deus e para mostrar como o fiel amor de Deus pelo seu povo nunca muda.
JOEL: Depois de uma praga de gafanhotos, Joel admoesta o povo para que se arrependa.
AMÓS:Durante um tempo de prosperidade, este profeta de Judá pregou aos ricos líderes de Israel sobre o juízo de Deus; insistia em que pensassem nos pobres e oprimidos, antes de pensarem em sua própria satisfação.
OBADIAS:Obadias profetizou o juízo sobre Edom, um país vizinho de Israel.JONAS: Jonas não queria pregar para a gente de Nínive, que era inimiga de seu próprio país. Quando, finalmente, levou a mensagem enviada por Deus, seus habitantes se arrependeram.
MIQUÉIAS:A mensagem de Miquéias para Judá era de juízo, em vez de perdão, esperança e restauração. Especialmente notável é um versículo em que resume o que Deus requer de nós (6.8).
NAUM:Naum anunciou que Deus destruiria o povo de Nínive por sua crueldade na guerra.
HABACUQUE:Este livro apresenta um diálogo entre Deus e Habacuque sobre a justiça e o sofrimento.
SOFONIAS:Este profeta anunciou o Dia do Senhor, que traria juízo a Judá e às nações vizinhas. Esse dia, que haveria de vir, seria de destruição para muitos, mas um pequeno remanescente, sempre fiel a Deus, sobreviveria para abençoar o mundo inteiro.
AGEU:Depois que o povo voltou do exílio, Ageu o admoestou para que dessem prioridade a Deus e reconstruíssem em primeiro lugar o templo, mesmo antes de reconstruírem suas casas
ZACARIAS:Como Ageu, Zacarias instou o povo a reconstruir o templo, assegurando-lhes a ajuda e bênçãos de Deus. Suas visões apontavam para um futuro brilhante.
MALAQUIAS:Após o retorno do exílio, o povo voltou a descuidar de sua vida religiosa. Malaquias passou a inspirá-los novamente, falando-lhes do “Dia do Senhor

Resumo dos livros da Bíblia

MATEUS:Este Evangelho cita muitos textos do Velho Testamento. Ele se destinava primordialmente ao público judeu, para o qual apresentava Jesus como o Messias prometido nas Escrituras do Velho Testamento. Mateus narra a história de Jesus desde seu nascimento até sua ressurreição e põe ênfase especial nos ensinamentos do Mestre.
MARCOS:Marcos escreveu um Evangelho curto, conciso e cheio de ação. Seu objetivo era aprofundar a fé e a dedicação da comunidade para a qual ele escrevia.
LUCAS: Neste Evangelho é enfatizado como a salvação em Jesus está ao alcance de todos. O evangelista mostra como Jesus estava em contato com as pessoas pobres, com os necessitados e com os que são desprezados pela sociedade.
JOÃO:O Evangelho de João, pela sua forma, se coloca à parte dos outros três. João organiza sua mensagem enfocando sete sinais que apontam para Jesus como Filho de Deus. Seu estilo literário é reflexivo e cheio de imagens e figuras.
ATOS DOS APÓSTOLOS:Quando Jesus deixou os seus discípulos, o Espírito Santo veio habitar com eles. Este livro foi escrito por Lucas para ser um complemento ao seu Evangelho. Ele relata eventos da história e da ação da igreja cristã primitiva, mostrando como a fé se propagou no mundo mediterrâneo de então.
ROMANOS:Nesta importante carta, Paulo escreve aos romanos sobre a vida no Espírito, que é dada pela fé aos que crêem em Cristo. O apóstolo reafirma a grande bondade de Deus e declara que, através de Jesus Cristo, Deus nos aceita e nos liberta de nossos pecados.
1CORíNTIOS:Esta carta trata especificamente dos problemas que a igreja de Corinto estava enfrentando: dissensão, imoralidade, problemas quanto à forma da adoração pública e confusão sobre os dons do Espírito.
2CORíNTIOS:Nesta carta o apóstolo Paulo escreve sobre seu relacionamento com a igreja de Corinto e as dificuldades que alguns falsos profetas haviam trazido ao seu ministério.
GÁLATAS:Esta carta expõe a liberdade da pessoa que crê em Cristo com respeito à lei. Paulo declara que é somente pela fé que as pessoas são reconciliadas com Deus.
EFÉSIOS:O tema central desta carta é o propósito eterno de Deus: Jesus Cristo é a cabeça da Igreja, que é formada a partir de muitas nações e raças.
FILIPENSES:A ênfase desta carta está no gozo que o crente em Cristo encontra em todas as circunstâncias da vida. O apóstolo Paulo a escreveu quando estava encarcerado.
COLOSSENSES: Nesta carta o apóstolo Paulo diz aos cristãos de Colossos que abandonem suas superstições e que Cristo seja o centro de sua vida.
1TESSALONICENSES:O apóstolo Paulo dá orientações aos cristãos de Tessalônica a respeito da volta de Jesus ao mundo.
2TESSALONICENSES:Como em sua primeira carta, o apóstolo Paulo fala do retorno de Jesus ao mundo. Também trata de preparar os cristãos para a vinda do Senhor.
1TIMÓTEO:Esta carta serve de orientação a Timóteo, um jovem líder da igreja primitiva. O apóstolo Paulo lhe dá conselhos sobre a adoração, o ministério e os relacionamentos dentro da igreja.
2TIMÓTEO:Esta é a última carta escrita pelo apóstolo Paulo. Nela lança um último desafio a seus companheiros de trabalho.
TITO:Tito era ministro em Creta. Nesta carta o apóstolo Paulo o orienta sobre como ajudar os novos cristãos.
FILEMOM:Filemom é instado a perdoar seu escravo, Onésimo, que havia fugido. Filemom deveria aceitá-lo de volta como a um amigo em Cristo.
HEBREUS:Esta carta exorta os novos cristãos a não observarem mais rituais e cerimônias tradicionais, pois, em Cristo, eles já foram cumpridos.
TIAGO: Tiago aconselha os cristãos a viverem na prática sua fé e, além disso, oferece idéias sobre como isso pode ser feito.
1PEDRO:Esta carta foi escrita para confortar os cristãos da igreja primitiva que estavam sendo perseguidos por causa de sua fé.
2PEDRO:Nesta carta o apóstolo Pedro adverte os cristãos sobre os falsos mestres e os estimula a continuarem leais a Deus.
1JOÃO:Esta carta explica verdades básicas sobre a vida cristã com ênfase no mandamento de amarem uns aos outros.
2JOÃO:Esta carta, dirigida à “senhora eleita e aos seus filhos”, adverte os cristãos quanto aos falsos profetas.
3JOÃO: Em contraste com sua Segunda Carta, esta fala da necessidade de receber os que pregam a Cristo.
JUDAS:Judas adverte seus leitores sobre a má influência de pessoas alheias à irmandade dos cristãos.
APOCALIPSE:Este livro foi escrito para encorajar os cristãos que estavam sendo perseguidos e para firmá-los na confiança de que Deus cuidará deles. Usando símbolos e visões, o escritor ilustra o triunfo do bem sobre o mal e a criação de uma nova terra e um novo céu.

Servir: Privilégio de poucos

Servir: privilégio de poucos
É natural ao coração humano a busca de conforto, status, poder e tudo quanto vem agregado a estas realidades. Tiago, João e sua mãe foram até Jesus solicitar tais privilégios na consumação do reino de Deus. Jesus não disse nem que sim, nem que não, mas aproveitou para reforçar que o reino de Deus é reino de servos e, portanto, os servos são os verdadeiros governantes do mundo. No reino de Deus, o privilégio e o ônus de governar não é das “pessoas importantes”, mas dos servos, até porque, governar é servir. No reino de Deus, a maneira de governar não é exercendo domínio sobre os governados, mas servindo os governados, até porque, governar é servir. Na lógica do reino de Deus, o oposto também é verdadeiro: servir é governar. Para servir é necessário sair da zona de conforto, isto é, fazer o indesejado, dedicar tempo para tarefas pouco atraentes, assumir responsabilidades desprezadas pela maioria, fazer “o trabalho sujo”, enfim fazer o que ninguém gosta de fazer. Para servir é necessário vencer o orgulho, isto é, se dispor a ser tratado como escravo, ter os direitos negligenciados, ser desprestigiado, sofrer injustiças, conviver com quase nenhum reconhecimento, enfim, não se deixar diminuir pela maneira como as pessoas tratam os que consideram em posição inferior. Para servir é necessário abrir mão dos próprios interesses, isto é, pensar no outro em primeiro lugar, ocupar-se mais em dar do que em receber, calar primeiro, perdoar sempre, sempre pedir perdão, enfim, fazer o possível para que os outros sejam beneficiados ainda que ás custas de prejuízos e danos pessoais. Não é por menos que em qualquer sociedade humana existem mais clientes do que servos. Servir não é privilégio de muitos. Servir é para gente grande. Servir é para gente que conhece a si mesma, e está segura de sua identidade, a tal ponto que nada nem ninguém o diminui. Servir é para gente que conhece o coração das gentes, de tal maneira que nada nem ninguém causa decepção suficiente para que o serviço seja abandonado. Servir é para quem conhece o amor, de tal maneira que desconhece preço elevado demais para que possa continuar servindo. Servir é para quem conhece o fim a que se pode chegar servindo e amando, de tal maneira que não é motivado pelo reconhecimento, a gratidão ou a recompensa, mas pelo próprio privilégio de servir. Servir é para gente parecida com Jesus. Servir é para muito pouca gente. A comunidade cristã – a Igreja, pode e deve ser vista, portanto, como uma escola de servos. Uma escola onde aprendemos que somos portadores do dna de Deus, dignidade que ninguém nos pode tirar. Uma escola onde aprendemos que, por mais desfigurado que esteja, todo ser humano carrega a imagem de Deus. Uma escola onde aprendemos a amar, e descobrimos que, se “não existe amor sem dor”, jamais se ama em vão. Uma escola onde aprendemos que “mais bem aventurada coisa é dar do que receber”. Servir é mesmo privilégio de poucos. De minha parte, preferiria ser servido. Mas aí teria de abrir de mão do reino de Deus. Teria de abrir mão de desfrutar do melhor de mim mesmo. Teria de abrir mão de você. Definitivamente, me custaria muito caro. Nesse caso, continuo na escola.

Por:2008 Ed René Kivitz

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Evangelhos: 2º Mateus

Mateus

O evangelho de Mateus está em primeiro lugar nos evangelhos canônicos por causa da sua natureza didática e apologética, do seu estilo claro, explanativo e de fácil compreensão. Por haver tantas citações do Antigo Testamento e das várias seitas da Palestina, conclui-se que foi escrito para os cristão-judeus de fala grega e por isso é considerado o evangelho mais judaico de todos os quatro.

Autoria

A tradição de sua autoria não é tão certa como a de Marcos. Entretanto Eusébio (4o século) cita Clemente de Roma (1o século) e diz que “o primeiro dos quatro evangelhos, que são inquestionáveis, foi copiado por Mateus, que outrora fora um coletor de impostos, mas posteriormente um apóstolo". Também cita Papias (130 d.C.), Irineu e Orígenes, como sendo Mateus o autor.
Mas Irineu afirma, antes de Eusébio, que “Mateus publicou também um evangelho entre os hebreus no seu próprio dialeto, enquanto Pedro e Paulo pregavam em Roma e punham os fundamentos da Igreja". Inácio de Antioquia (115 d.C.), em sua carta a Esmirna, no capítulo 19, refere-se ao autor como sendo Mateus e à narrativa como evangelho.
O nome Mateus significa Dom de Deus. No evangelho de Mateus, o discípulo é identificado como um publicano (9.9); Marcos chama-o de Levi, filho de Alfeu (2.14); Lucas cita apenas Levi (5.27). Conforme Marcos 2.14, Mateus é o publicano, é irmão de Tiago (Mt 10.3; Lc 6.15; At 1.13).
Talvez o evangelho tenha sido atribuído a ele por ser um publicano e que para isso era letrado e estava acostumado a tomar notas. Outro ponto que pode servir para atribuí-lo a Mateus é o episódio do pagamento da taxa do Templo por parte de Jesus (17.24-27).
O vocábulo leuín1 de Marcos 2.14 e de Lucas 5.27 pode ser traduzido como levita e não como Levi, neste caso, indicaria que Mateus pertenceria à tribo de Levi. Sendo levita, faria parte da classe sacerdotal que em Jerusalém era poderosa. O conservacionismo, o interesse pela lei oral e pela tradição, pelos fariseus e escribas e pela escatologia tradicional faziam parte da prévia formação de um levita.
Há pouca coisa acerca de sua obra depois do provável evangelho, mas há várias histórias que dizem que ele evangelizou a Etiópia, Macedônia, Síria, Pérsia e Média, e também, que as igrejas grega e romana celebraram o seu martírio. Não se deve confundir Mateus com Matias, o 12o discípulo, que substituiu Judas, o Iscariotes. Mateus é mencionado pela última vez no NT em Atos 1.13.

Local e Data

Não é possível afirmar, mas acredita-se que tenha sido escrito no meio judaico-cristão, impregnado com influências e costumes bíblicos e onde o grego era falado normalmente.
Entretanto, conforme a natureza judaica do evangelho, é possível que o mesmo tenha sido escrito na Palestina ou na Síria, mais provavelmente na Antioquia, local onde os discípulos, habitantes da Palestina, haviam imigrado (At 11.19,27). A preocupação pelos gentios é muito importante para tal hipótese, porque na Antioquia, estava a igreja local a qual enviou Paulo e suas missões aos gentios. Nas suas citações, Papias e Inácio concordam com isso e a igreja de Antioquia foi a primeira a ser constituída por membros que falavam tanto o aramaico como o grego.
Em relação a data acredita-se que tenha sido concluído por volta de 115 d.C., quando Inácio, bispo de Antioquia da Síria se referiu a ele em sua carta a Esmirna. Eusébio citou Clemente de Roma como se tivesse referido ao evangelho em 110 d.C. Mas ao levar em consideração que Marcos seja a sua fonte de textos e outros que estão no evangelho, acredita-se que tenha sido escrito entre os anos 65-75 d.C.
É quase certo que antes da primeira dispersão dos cristãos de Jerusalém não tenha sido, porque os apóstolos ainda estavam por lá; também depois da destruição do Templo não é muito certo, porque senão seria feito uma referência ao fato como sendo consumado (Mt 24.1-28). É por isso que o ano da destruição do Templo é importante, pois se houvesse ocorrido qualquer eventualidade o evangelho narraria o fato.

Propósito e Mensagem

Com exceção das narrativas de Jesus Cristo, Mateus coloca o seu material na estrutura de Marcos. Este plano é visto como uma seqüência normal da vida e do ministério de Jesus, desde o início do seu ministério público até a sua ressurreição. Isto abrange o ministério em toda a Galiléia (4.12-13.58) tanto dentro, como ao redor dela (14.1-18.35), no caminho para Jerusalém (19.1-20.34) e em Jerusalém (21.1-28.8).
Da mesma forma que os outros evangelhos, Mateus não é uma biografia de Jesus. Entretanto em cada um dos livros há uma seqüência natural de eventos desde o nascimento até a ressurreição. Nota-se que não há uma preocupação nos detalhes que envolvem a vida, a infância e os detalhes físicos de Jesus. Isto acontece porque os autores dos evangelhos estão mais preocupados em falar do ministério de Jesus até a sua ressurreição e cada um tem um propósito específico.
Em Mateus há um interesse na história e nos eventos reais. A realidade do evangelho depende da realidade histórica dos acontecimentos que cercam a vida, morte e ressurreição. Por causa da sua fé, Mateus mostra a salvação de Deus, através dos ensinamentos e do ato de Cristo para o homem pecador e também mostra que Jesus é o Messias, o Cristo esperado por Israel.
O povo de Israel esperava um Messias que restaurasse a nação de Israel de uma forma política e um grande líder que governaria o mundo e daria a independência política. Acredita-se que este evangelho tenha sido escrito próximo à guerra judaico-romana, que estava sendo ocasionada por nacionalistas fanáticos que queriam introduzir o Reino Messiânico de forma precipitada e forçosa, antes da destruição do Templo. Por isso o autor tenta mostrar à comunidade judaico-cristã que Jesus é o Messias, mas não o Messias político esperado e sim um servo que sabe conviver com as pessoas. Jesus é o Cristo, o verdadeiro rei messiânico, a esperança de Israel e de todo o mundo. Este é o propósito específico e central do evangelho de Mateus.
Nota-se que o autor se preocupou em utilizar um sentido claro e explanativo para que fosse facilmente adaptado para a leitura em público, como uma forma litúrgica.
Dentro do propósito do evangelho há uma ênfase kerygmática, isto é, sobre o conteúdo da pregação, do evangelismo. Ele preserva todos os elementos da pregação apostólica primitiva. Há interesse não só em evangelizar os judeus (10.5,6; 15.24) mas também aos demais (8.11; 24.14; 28.19). Por isso há uma demonstração do cumprimento da profecia através da descendência davídica, do nascimento, da vida, da morte, da ressurreição, da ascensão e da promessa da volta.
Pode-se observar que a forma didática é bem exposta neste evangelho. Como o Messias, Jesus Cristo, demorava na sua volta, os seus seguidores acomodaram-se e para que não esquecessem os seus ensinamentos e não soubessem como passá-los para os demais, o autor coloca as instruções necessárias e didáticas (evangelismo, ética, disciplina, adoração, escatologia, apologética e métodos de ensino). As unidades contidas no evangelho servem tanto para estudos independentes como para o livro num todo.
Há também um propósito apologético, isto porque havia uma crescente tensão entre o cristianismo e o judaísmo. Mateus mostra claramente a rejeição por parte dos judeus, principalmente dos que estavam em Jerusalém, em relação à Cristo. Também mostra que Jesus Cristo é o filho de Davi e que o judaísmo só sobreviverá por meio do movimento cristão. Relata que o propósito de Deus é salvar o mundo através de Jesus Cristo.
A narrativa encontrada em Mateus serve para ajudar os cristãos judeus a entenderem quem é Jesus Cristo, por isso é sempre apresentado como o verdadeiro Messias de Deus. Em todo o evangelho de Mateus Jesus é apresentado como o Mestre e é demonstrado a sua capacidade de ensino (7.28,29; 8.19; 9.11; 12.38; 17.24; 19.16; 26.18), como também a sua autoridade e é considerado o Mestre por excelência. Também é considerado como profeta dentro dos moldes de Deuteronômio 18.15,18. Este profeta deveria ter a mesma autoridade de Moisés, mas nunca ser um novo ou o que dá uma nova lei (5.21,22,27,28,31,32,38,39). Jesus cumpre a lei de Moisés e ressalta o propósito original dela, que é ser composto dos princípios pelos quais o caráter de uma pessoa pode ser dirigido. Também é apresentado como o Filho de Deus (14.33; 16.16; 27.54), por isso o evangelho sempre narra que Jesus diferenciava o tratamento ao pai, "meu pai" e "vosso pai".
O evangelho relata também que Jesus prefere ser chamado de "Filho do Homem", conforme Daniel 7.13-18, do que Messias (kristós2). O Filho do Homem realizou o ministério como servo dando a vida e não tirando-a dos inimigos de Israel. Através deste título, Jesus cumpre as promessas feitas a Abraão, estabelece o trono de Davi para sempre, tem autoridade para trazer todas as nações sob o seu justo domínio, cria um novo povo e estabelece o Reino de Deus (Basiléia tou Teou3). Isto significa que ele é tudo o que a lei pretendia que um Messias fosse.
A expressão Basiléia tou Teou, isto é, o Reino de Deus é referência à soberania de Deus sobre toda a criação (12.18; 19.24; 21.31,43). A expressão Basiléia significa que Deus é rei independente de que alguém creia nisso, de que haja sudito. Demonstra que ele é o mesmo no AT, no NT e para o futuro do seu novo povo.
Mateus faz uma ligação com Rute 4.18-22, onde a linha messiânica termina com Davi, unindo-a à pessoa Jesus Cristo. Este evangelho é dificilmente organizado para mostrar como o Messias atendeu à chamada que o trouxe ao mundo e só em Mateus é encontrada a expressão "Reino dos céus"4.
Através do Sermão do Monte, o qual em Mateus é descrito de forma mais completa de todos os evangelhos, mostra que Jesus veio "cumprir a lei e não destruí-la" (5.17); mostra que a lei é para uma questão de humanização e não egoísmo, pois é uma questão que começa do interior para o exterior e não apenas exterior. Significa que todos deviam ouvi-la, através dos seus ensinamentos e pô-la em prática (7.23,24).
Como era o Filho de Deus, o Messias, o evangelho narra seus milagres provando que ele era superior aos deuses existentes no Panteão Greco-Romano. Nos capítulos 11 e 12 são apresentados ensinamentos que falam sobre Jesus como sendo o Filho de Deus5 e o seu propósito como Messias. Jesus é apresentado como huiós porque esta era a forma de filiação correta. Se Jesus fosse visto apenas como um dos deuses do Panteão seria apenas um procriador e não um criador.
As parábolas contidas neste evangelho (13.1-53), servem para explicar o que seria o Reino dos céus (13.11). Nos capítulos seguintes é apresentado a rejeição pelos judeus e como Jesus os ensinara através da demonstração da sua autoridade como Filho de Deus.
Ao acreditar que o evangelho foi escrito para os judeus cristãos que estavam em Antioquia, deve-se entender que Mateus quer mostrar que Jesus é o Messias prometido no AT, conforme a lei e esperado por eles, isto mostra novamente que é um evangelho bem didático.
Os ensinamentos de Jesus contidos neste evangelho são correspondentes à Lei de Moisés. É feita uma organização editorial dos ensinamentos de Jesus, o seu conteúdo ético e a sua ênfase sobre o discipulado mostram que este evangelho mais parece um manual para recém convertidos, para uma nova igreja, isto é, judeus convertidos, firmando-os na fé. É o único evangelho que utiliza o termo igreja6 (16.18; 18.17).
O evangelho de Mateus faz com que caia as (teorias) acusações sobre: a filiação ilegítima de Jesus, ter aprendido artes mágicas no Egito e os discípulos furtarem o corpo de Cristo (28.11-15).
Através da Comissão dos discípulos (28.18-20) é demonstrado que o evangelho é para todos no mundo e não exclusivamente para os judeus. Até os números citados em Mateus tem um significado conforme a cultura judaica.

Evangelhos: 1º MARCOS

Marcos
Apesar de constar nos evangelhos canônicos como sendo o segundo livro, o evangelho de Marcos é considerado pela maioria dos estudiosos como o mais antigo, neste caso, o primeiro. Isto porque 90% de Marcos é reproduzido em Mateus e Lucas, sem contar que a sua sintaxe é ruim.
O evangelho de Marcos é o mais curto e o mais simples. É conciso, claro e direto, tem um estilo que agradava à mentalidade romana, isto é, não gostava de abstrações e fantasia literária. Por isso pode-se notar que insiste pouco na lei e nos costumes judaicos e quando os menciona é de forma mais explicada. Neste caso, era apropriado para o cristão de mentalidade romana prática.

Autoria

É considerado um evangelho anônimo porque não consta em seus escritos quem tenha sido o possível autor.
No 2o século foi atribuído a João, chamado Marcos, filho de Maria (At 12.12,25). Na sua casa muitos estavam reunidos em oração (este talvez fosse o local de reunião dos dirigentes cristãos de Jerusalém) em favor da libertação de Pedro. Nota-se, então, que João Marcos estava bem relacionado com os cristãos no início do cristianismo. Não se sabe exatamente a sua idade, apenas que era novo e que o nome João1 é judeu, e Marcos2 é romano, que significa martelo.
É o mesmo Marcos que Barnabé e Paulo levaram na 1a viagem missionária, primo de Barnabé (Cl 4.10) e que deixou ambos em Perge para retornar à Jerusalém (At 13.13). Também foi recusado por Paulo, ao viajar novamente com eles, na 2a viagem missionária (At 15.37). Entretanto, mais tarde estava com o mesmo Paulo na igreja de Colossos (Cl 4.10,11 e Fl 1.24). Em II Timóteo 4.11 é Paulo quem pede a Timóteo para levá-lo a Roma. Também está junto com Pedro e Silas (Silvano) em Babilônia — Roma (I Pd 5.12,13).
Papias, discípulo de Policarpo, disse que Marcos coletou o seu material de Pedro:
"E o ancião disse isto também: Marcos, tendo-se tornado o intérprete de Pedro, escreveu precisamente tudo o que lembrara das coisas ditas e feitas pelo Senhor, mas não em ordem. Pois nem ele ouvira o Senhor, nem o seguira, mas posteriormente, como eu disse, Pedro adaptou os seus ensinos às necessidades (de seus ouvintes), mas não como se ele estivesse redigindo uma narração associada aos oráculos do Senhor. Assim, Marcos não cometeu nenhum engano ao registrar, desta forma, algumas coisas exatamente como ele se lembrou delas, pois ele tomou todo o cuidado para não omitir nada que ouvira e para não fazer nenhuma declaração falsa".
Irineu ratifica isto ao dizer que “depois da morte de Pedro e de Paulo, Marcos nos transmitira por escrito as coisas pregadas por Pedro".
Justino Mártir cita o evangelho como sendo as "memórias de Pedro". Clemente de Alexandria afirma que Pedro ainda estava vivo quando Marcos o escreveu e que os ouvintes de Pedro insistiram com Marcos para que deixasse um memorial da doutrina que Pedro tinha falado e que autorizasse que o evangelho fosse lido nas igrejas.
Orígenes, sucessor de Clemente, disse que Marcos escreveu o evangelho conforme Pedro ia-lhe explicando. E, ainda, Eusébio disse que ele fundou as igrejas em Alexandria. Outro que também confirma a autoria a João Marcos é Jerônimo.
Há alguns que o consideram como sendo o intérprete de Pedro, isto significa que recebeu de Pedro dados concernentes à vida de Jesus que lhes serviu de primórdios para o seu evangelho. Realmente pode-se notar em suas narrações uma ênfase dada a Pedro.
Conforme a opinião de João Crisóstomo, no Egito ou segundo outras fontes em Antioquia, com certeza o seu autor era um hebreu, um semita que falava as línguas da Bíblia (hebraico e aramaico) e que aprendera o grego como uma terceira língua, a qual manuseava sem muita habilidade e isto se nota pela sua escrita.
Mesmo assim, apesar de todas essas citações serem de confiança não é possível confirmar a autoria deste evangelho.

Local e Data

De acordo com os pais antigos Marcos escreveu o evangelho quando estava na Itália, especificamente de Roma. Há três hipóteses para esta referência como local da escrita, já que o NT diz que Marcos esteve com Paulo e talvez com Pedro em Roma, as hipóteses são: se Paulo escreveu a epístola aos Colossenses estando em Roma, Marcos estava com ele; se escreveu II Timóteo e se Timóteo fez o que Paulo pediu, Timóteo e Marcos talvez chegaram a Roma antes da morte de Paulo; se a Babilônia citada em I Pedro 5.13 é uma referência judaico pseudônima a Roma, significa que Marcos estava em Roma com Pedro quando a carta foi escrita.
Por ter sido mencionado nas cartas de Paulo e de Pedro e, com o testemunho de Clemente de Roma é provável que Marcos estivesse em Roma. Outra questão é que há alguns latinismos (palavras latinas emprestadas ao grego) no seu evangelho, como em Marcos 12.42, onde é explicado o valor de uma moeda grega3 e esta é comparada com a romana cunhada4.
Em Marcos 15.21 os filhos de Simão Cireneu, Rufo e Alexandre, são mencionados dando a entender que eram bem conhecidos dos leitores e, conforme a carta de Paulo aos romanos (Rm 16.13), Rufo estava morando em Roma. Entretanto não se sabe se o evangelho de Marcos foi escrito antes ou depois da morte de Pedro. Se Mateus e Lucas tomaram, realmente, o evangelho de Marcos como base para os seus escritos, então a data seria antes da produção dos sinópticos. Mas se levar em consideração que foi escrito quando Nero perseguiu os cristãos ou entre a crise da Judéia e Roma, pode-se acreditar que fora escrito por volta de 65 d.C.
Os mais antigos testemunhos acerca do evangelho de Marcos estão ligados à pregação de Pedro em Roma em 70 d.C. Neste caso pode-se datá-lo entre 63 e 70 d.C.

Propósito e Mensagem

Em 64 d.C., um incêndio destruiu metade de Roma, os historiadores da época tinham certeza que Nero, imperador romano, havia ordenado o incêndio em bairros pobres com a finalidade de construir novos e mais bonitos prédios. Quando a culpa começou a ser-lhe atribuída, Nero procurou alguém para culpar e escolheu os cristãos, pois eram suspeitos de serem canibais porque: comiam a ceia do Senhor, eram imorais por gostarem de festas de amor (ágape) e eram contra a comunidade porque só eram leais a Jesus Cristo.
Em seus anais, Tácito, historiador romano, escreveu que Nero fez dos cristãos bode expiatório acusando-os de incêndio culposo e ira contra a comunidade.
O Coliseu em Roma ecoou com os gritos de 60.000 pessoas que escutaram o martírio dos cristãos. As vias públicas testemunharam as crucificações e piras funerais; uns foram rasgados em pedaços por cães selvagens, outros crucificados e outros queimados vivos para iluminar os jardins de Nero.
Com tais perseguições e acusações tão sérias contra a comunidade cristã, surgiu uma necessidade de fazer uma declaração clara e completa acerca de Jesus Cristo que morreu numa cruz romana.
Com a morte do apóstolo Tiago, irmão de Jesus em 62 d.C. e, Paulo e Pedro estando também prestes a morrer, sentiu-se a necessidade de haver um registro do ministério de Jesus Cristo, caso contrário não haveria conhecimento sobre tal. Por isso o evangelho é construído sobre o kerigma5 (proclamação, pregação), isto é, a mensagem pregada pelos apóstolos através da práxis.
O evangelho de Marcos não fala sobre o nascimento de Cristo, não lhe faz descrição física, não tem referências à sua família e nada a respeito da sua infância. Nota-se que não é uma biografia porque não visa fornecer dados sobre a sua vida particular. No entanto é uma narrativa histórica que expõe um quadro representativo da pessoa e das obras do Senhor Jesus Cristo. Estas são as principais fontes de interesse e a pessoa de Cristo domina a narrativa em toda a sua extensão. O primeiro versículo do Evangelho de Marcos diz tudo "princípio do evangelho de Jesus Cristo, filho de Deus".
O vocábulo evangelho evangelion6 significava a recompensa pela boa nova, mas depois veio a significar a própria boa nova. É a tradução do hebraico bissar7 (anunciar as novas de salvação). A boa nova de salvação é a vida, morte e ressurreição entendida através dos ensinamentos de Jesus Cristo. É a libertação dos povos oprimidos.
O início deste evangelho mostra de forma abreviada a preparação de Jesus para o seu ministério e também é apresentada de forma abreviada a sua vida. Nota-se que tanto a pregação de João como a tentação não são descritas com seus pormenores. Entretanto mostra a sua autoridade, dentro do esperado pelos judeus.
Esta autoridade é demonstrada com uma série de acontecimentos narrados: seu poder em perdoar pecados (2.1-12); que era Senhor do Sábado (2.23-3.6); seu poder sobre os elementos da natureza (4.35-41); seu poder sobre a morte (5.21-23,35-42); atuava como o verdadeiro filho de Deus, ou melhor, o filho do homem.
A maior parte dos seus ensinos e milagres sempre lhe criava pressão que tinha de resistir. Quando é relatado que se retirou para Siro e Sidon (7.24), povo gentílico e que não o conhecia tanto, Jesus mostra o seu amor por todas as pessoas e também a sua sabedoria ao responder a certas perguntas. Embora seja relatado muito do seu ministério demonstrando a sua autoridade como filho de Deus, há relatos que demonstram a necessidade de se retirar para orar, ensinar aos seus discípulos em particular e dizer-lhes que devem se preparar para a morte. Todavia Jesus sempre demonstrou a sua atitude de serviço a Deus e aos homens (10.45). Os milagres estão quase sempre ligados a qualquer necessidade humana definida e são realizados para alívio de qualquer emergência.
Mas é no final do evangelho que se nota a importância que o autor dá a Jesus, dando a entender o por quê de uma pessoa tão humana e maravilhosa como ele e com tal autoridade deveria ter um fim tão desumano e ignóbil. Mas, logo em seguida, dá a resposta a este questionamento subjetivo.
Os cristãos da época estavam sofrendo por amor a Cristo, mas a batalha tão temida na época, entre Deus e Satanás, a luta cósmica já estava ganha porque Jesus venceu os demônios (Mc 1.24-28). Neste caso Jesus é o Messias.
Marcos é o evangelho da ação e não dos longos discursos. Fala-se muito nas vitórias de Jesus sobre os demônios, porque o povo da época os temia. O reino de Deus é apresentado como invadindo o reino do mal e vencendo-o de forma rápida e imediata. Por isso o evangelho de Marcos é uma chamada à fé, isto é, à adesão a Jesus como o próprio Deus (Mc 5.36; 11.22) e ao discipulado do Messias.
Para Marcos o tempo está cumprido e próximo está o reino de Deus. Há uma ênfase à promessa do reino de Deus e ao Rei-Messias. Marcos mostra o Messias, Jesus Cristo, como humano e como um sofredor para chegar a sua glória.
O fim do evangelho deixa o leitor tomar a sua própria decisão a respeito da personalidade que é arrebatada como homem. Enfim, é realmente um evangelho de salvação para os cristãos romanos que estavam num período de perseguição.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

ALBERT SCHWEITZER

ALBERT SCHWEITZE
’É um homem grande, 1.90 de altura; obviamente, um homem forte. Seus cabelos castanhos já estão grisalhos. E tem um grande bigode. Seus olhos profundos são azuis e bondosos. E o seu piscar revela humor. Um veadinho se esfrega nele pedindo carinho e sua mão grande deixa a caneta sobre a mesa e delicadamente agrada o bichinho. Lá fora, os crocodilos algumas vezes dormem com suas enormes mandíbulas abertas. E há os hipopótamos, os pelicanos, a vegetação impenetrável que se reflete nas águas barrentas do rio.\’
A aparência é de um homem sólidamente plantado nesse mundo. Mas não é verdade. Seu coração e sua cabeça se movem de acordo com uma lógica estranha de um outro mundo que só ele vê.
Nasceu em 1875, numa aldeia da Alsácia, filho de um pastor protestante. Desde muito cedo ficou claro que ele era diferente. Sua sensibilidade para a música chegava à dor. Ele mesmo conta que, à primeira vez que ouviu duas vozes cantando em dueto – ele era muito pequeno ainda – ele teve de se encostar na parede para não cair. Outra vez, ouvindo pela primeira vez um conjunto de metais ele quase desmaiou por execesso de prazer. Com cinco anos começou a tocar piano. Mas logo se apaixonou pelo órgão de tubos da igreja na qual o seu pai era pastor. Aos nove anos já era o organista oficial da igreja, e tocava para os serviços religiosos.
Sentimento amoroso idêntico lhe provocavam os animais. Ele relata que, mesmo antes de ir para a escola, lhe era incompreensível o fato de que as orações da noite que sua mãe orava com ele apenas os seres humanos fossem mencionados. \’Assim, quando minha mãe terminava as orações e me beijava, eu orava silenciosa-mente uma oração que compus para todas as criaturas vivas\’ : Oh, Pai, celeste, protege e abeçoa todas as coisas que vivem; guarda-as do mal e faz com que elas repousem em paz.\’
Ele conta de um incidente acontecido quando ele tinha sete ou oito anos de idade. Um amigo mais velho ensinou-o a fazer estilingues. Por pura brincadeira. Mas chegou um momento terrível. O amigo convidou-a a ir para o bosque matar alguns pássaros. Pequeno, sem jeito de dizer não, ele foi. Chegaram a uma árvore ainda sem folhas onde pássaros estavam cantando. Então o amigo parou, pôs uma pedra no estilingue e se preparou para o tiro. Aterrorizado ele não tinha coragem de fazer nada. Mas nesse momento os sinos da igreja começaram a tocar, ele se encheu de coragem e espantou os pássaros.
Seu amor pelas coisas vivas não era apenas amor pelos animais. Ele sabia que por vezes era preciso que coisas vivas fossem mortas para que outros vivessem. Por exemplo, para que as vacas vivessem os fazendeiros tinham de cortar a relva florida com ceifadeiras. Mas ele sofria vendo que, tendo terminado o trabalho de cortar a relva, ao voltar para a casa, as suas ceifadeiras fossem esmagando flores, sem necessidade. Também as flores têm o direito de viver.
Também não podia contemplar o sofrimento dos animais em cativeiro. \’ \’Detesto exibições de animais amestrados. ´Por quanto sofrimento aquelas pobres criaturas têm de passar a fim de dar uns poucos momentos de prazer a homens vazios de qualquer pensamento ou sentimento por eles.\’
O nome desse jovem era Albert Schweitzer. Doutorou-se em música, tornou-se o maior intérprete de Bach da Europa, dando concertos continuamente. Doutorou-se em teologia e escreveu um dos mais importantes livros de teologia desse século. Doutorou-se também em filosofia, e era professor na universidade de Estrasburgo, sendo também pastor e pregador.
Schweitzer tinha tudo aquilo que uma pessoa normal pode desejar. Ele era reconhecido por todos. Mas havia uma frase de Jesus que o seguia sempre: \’A quem muito se lhe deu, muito se lhe pedirá.\’ E, aos vinte anos, ele fez um trato com Deus. Até os trinta anos ele iria fazer tudo aquilo que lhe dava prazer: daria concertos, falaria sobre literatura, sobre teologia, sobre filosofia. Ao trinta anos ele iniciaria um novo caminho. E foi o que ele fez. Aos trinta anos entrou para a escola de medicina, doutorou-se em medicina, e mudou-se para a África, para tratar de uns pobres homens atacados pelas doenças e abandonados. E lá passou o resto de sua vida.
É preciso entender que Schweitzer não era só um médico curando doentes. Ele não se conformaria com isso. Dentro dele viviam a música, a filosofia, o misticismo, a ética. Schweitzer sabia que somente o pensamento muda as pessoas. E o que ele mais desejava era descobrir o princípio que vivia encarnado nele. E ele conta que foi numa noite – ele e remadores navegavam pelo rio para chegar a uma outra aldeia – seu pensamento não parava – e ele se perguntava – \’qual é o princípio ético?. De repente, como um relâmpago, apareceu na sua cabeça a expressão: reverência pela vida. Tudo o que é vivo deseja viver. Tudo o que é vivo tem o direito de viver. Nenhum sofrimento pode ser imposto sobre as coisas vivas, para satisfazer o desejo dos homens.
Há algo estranho na psicologia de Schweitz\\er. Um dos maiores desejos da alma humana – de todos – é o desejo de reconhecimento. Na Europa Schweitzer era admirado universalmente: organista, filósofo, teólogo, escritor. Aos vinte e poucos anos seu nome já era símbolo. Aí toma uma decisão que o levaria para longe de todos os olhos que o admiravam: a absoluta solidão de uma aldeia miserável. Hoje uma decisão como a dele seria imediatamente notada: os jornais e a televisão logo fariam brilhar a sua imagem de Cavaleiro Solitário – e ele apareceria como heroi. Seria grande, imensamente grande na sua renúncia! Também as renúncias podem ser motivo de vaidade! ( A esse respeito relembro a última cena do filme O Advogado do Diabo. Merece ser visto de novo. )Mas ele opta pela invisibilidade, a solidão, longe de todos os olhos e de todos os aplausos.. Isso só tem uma explicação: ele era, antes de tudo, um místico. O que lhe importava não era a brilho narcísico mas a consciência de ser verdadeiro com o princípio de \’reverência pela vida\’, o seu mais alto princípio religioso.
Esse princípio, Schweitzer viveu intensamente. Não é difícil ter reverência pelas coisas fracas, a relva, os insetos, os animais. Fracos, eles não têm o poder de nos resistir. Difícil é ter reverência pelos homens fortes, que se encontram ao nosso lado. Jesus ordenou \’amar o próximo\’. Porque é fácil amar o distante. O próximo é aquele que está no meu caminho, que tem o poder de me dizer não. Mais difícil que amar os doentes, que são carência pura, fraqueza pura, dependência pura, mendicância pura, é amar aqueles que estão ao meu lado e que são tão fotrtes quanto eu. Reverência pelos que estão ao meu lado. Se Schweitzer se relacionou com os pobres negros doentes por meio da compaixão, ele se relacionou seus próximos, iguais, companheiros de hospital por meio de amizade. E ele formula, na sua Ética, o princípio de que \’um homem nunca pode ser sacrificado para um fim.\’
Schweitzer não era um ser desse mundo. Talvez ele tenha compreendido isso e que essa tenha sido uma das razões porque ele saiu do mundo civilizado, se embrenhando nas selvas da África. No mundo civilizado, das organizações, será possível ter reverência pelo próximo? Na lógica das organizações não há \’próximos\’ nem amigas. A lógica das organizações diz: \’cada funcionário é apenas um meio para o fim da organização, não importa quão grandioso ele seja! Nas organizações os sinos das igrejas não tocam para impedir que o pássaro seja morto.\’É um homem grande, 1.90 de altura; obviamente, um homem forte. Seus cabelos castanhos já estão grisalhos. E tem um grande bigode. Seus olhos profundos são azuis e bondosos. E o seu piscar revela humor. Um veadinho se esfrega nele pedindo carinho e sua mão grande deixa a caneta sobre a mesa e delicadamente agrada o bichinho. Lá fora, os crocodilos algumas vezes dormem com suas enormes mandíbulas abertas. E há os hipopótamos, os pelicanos, a vegetação impenetrável que se reflete nas águas barrentas do rio.\’

Benção

Benção
O vocábulo bênção no Antigo Testamento significa conceder poder para alcançar: sucesso, prosperidade, fecundidade, longevidade, plenitude, riqueza e muito mais.
Sua principal função é conferir vida abundante e produtiva a alguma pessoa, no caso do AT, aos filhos de Israel.
É a capacidade da felicidade em certos homens e que fá-los ter sucesso em tudo o que empreendem de forma que eles podem compartilhar com os outros.
Iavé manda as suas bênçãos, imperceptivelmente, sobre o trabalho humano, concedendo o crescimento e a prosperidade durante todos os dias do ano.
A vida abundante no AT, fundamenta-se diretamente sobre a natureza amorosa (hessed) e fiel (emet) de Iavé. Significa que se manifesta, ao mesmo tempo, no abençoado o hessed e o emet de Iavé.
A bênção é uma aliança entre uma pessoa e Iavé através da manifestação da sua natureza.
Há uma diferença entre a expressão bênção utilizada no Antigo Oriente, para a utilizada no Antigo Testamento. A diferença é que no Antigo Testamento Iavé é a única fonte de bênção. Ela vem de Iavé, porque só ele pode abençoar alguém, porque a bênção só pode vir do maior para o menor.

Calvinismo X Wesley.

Calvinismo
Comparado com as perspectivas wesleysianas
JOHN CALVIN
PERVESIDADE TOTAL. O ser humano é tão afetado pelas conseqüências negativas do pecado original que é incapaz de ser justo, e é sempre e inalteravelmente pecador, a liberdade humana é totalmente escravizada pelo pecado assim só podemos escolher mal.

John Wesley.
Deprivação - Os seres Humanos são pecadores e sem Deus, incapazes (privados) por si mesmos de serem justos; no entanto, eles não são irremediavelmente pecadores e podem ser transformados pela graça de Deus; a graça preventiva de Deus restaura à humanidade a liberdade da vontade própria. - Os seres humanos são Pecadores e sem Deus, incapazes (privados) por si mesmos de serem justos, no entanto, eles não são irremediavelmente Pecadores e podem ser transformados pela graça de Deus, uma graça de Deus preventiva Restaura a humanidade uma liberdade da vontade própria

JOHN CALVIN
A eleição incondicional - Já que os seres humanos não podem escolher por eles próprios, Deus pelo Seu decreto eterno escolheu ou elegeu alguns para serem contados como Justos, sem qualquer condição nessa eleição.

John Wesley.
A eleição condicional - Deus escolheu que toda humanidade é justa pela Sua graça, ainda assim chamou-nos uma resposta a essa Graça, exercitando a nossa Liberdade humana restored por Deus como condição de cumprir uma eleição.

JOHN CALVIN
Expiação Limitada - Os efeitos da Expiação, pela qual Deus perdoou a humanidade pecadora, são limitados só a esses que ele escolheu.

John Wesley.
Uma expiação Ilimitada - Os efeitos da Expiação estão livremente disponíveis para todos aqueles que ele escolheu, o que inclui toda humanidade, qualquer um que o deseje.

JOHN CALVIN
A Graça Irresistível - Uma graça que Deus estende ao ser humano para efectuar a sua eleição não pode ser recusada, já que foi decretado por Deus.

John Wesley.
Uma Graça Resistivel - A graça de Deus é livre e oferecida sem mérito; entretanto, foi concedido por Deus ao ser humano liberdade e este pode recusar a Sua graça. - A graça de Deus é livre e oferecida sem mérito, entretanto, foi concedido por Deus ao ser humano Liberdade e este pode Recusar um Sua graça.


JOHN CALVIN
A perseverança dos Santos - Já que Deus decretou o elegido, e ele não pode resistir á Graça, ele é incondicionalmente e está eternamente seguro nessa eleição



John Wesley.
A garantia e uma segurança - Há segurança na Graça de Deus, isso permite garantia de salvação, mas essa segurança depende da nossa fidelidade continua; Nós podemos ainda desafiadoramente rejeitar Deus.